“A caverna”, de José Saramago, pela “lição de coisas” andreseniana
DOI:
https://doi.org/10.6092/issn.2036-0967/16642Palabras clave:
José Saramago, Sophia de Mello Breyner Andresen, Walter Benjamin, A caverna, AuraResumen
Este artigo propõe uma leitura do romance A caverna (2000), de José Saramago, a partir da formalização de conceitos presentes na "Arte poética I", da escritora portuguesa Sophia de Mello Breyner Andresen, seguindo o modelo de investigação proposto por Gagliardi (2018). Em seu romance finissecular, Saramago constrói uma comunidade de personagens fundada no intercâmbio de experiências autênticas (Benjamin, 2012), na qual o barro é um elemento central por proporcionar uma religação, tal como no texto de Sophia, entre os indivíduos e a natureza. Na (pós-)modernidade, o desequilíbrio nas relações entre os seres e as coisas, que passam a ser valorizadas, segundo a perspectiva benjaminiana, predominantemente a partir de sua utilidade, em detrimento da arte envolvida em sua produção, é uma ameaça para a sobrevivência do pequeno grupo de personagens do romance. Em contrapartida, o cântaro de barro será o símbolo da ligação entre membros da família Algor e da sua resistência ao presente turbulento.
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